- Área: 315 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Mariela Apollonio
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Fabricantes: Baupanel System, Ceràmica Ferres, Cerámicas Calaf, Junckers
Descrição enviada pela equipe de projeto. El Cabanyal, um bairro histórico que não precisa de introdução. Nasceu como uma humilde vila de pescadores constituída por longos armazéns de um ao lado do outro, paralelos ao mar, aproveitando os ventos dominantes do leste. Independente de Valência até o final do século XIX, se chamava Pueblo Nuevo de la Mar. Três séculos se passaram, mas El Cabanyal continua funcionando como uma cidade. Em sua transformação constante, os terrenos retangulares permitiram uma grande variabilidade de combinações que deram origem a edifícios modernistas entre um e três pavimentos e, mais tarde, torres delgadas de seis pavimentos ou mais. Apesar dos incêndios, dos bombardeios da Guerra Civil, da Riuà ou da teimosia de um prefeito que tentou derrubá-lo, aqui estamos nós, em um novo Cabanyal em reconstrução.
Particularmente, a história deste edifício começa com Pepa e Ernesto. Ela, do Cabanyal, onde morou toda a vida. Ele, de uma cidade em Teruel. Em meio a popular rua Reina, no número 125, a antiga papelaria Gadea esperava por eles. Com determinação, a grande casa de três pavimentos, que atravessa de leste a oeste a rua do Barrack 128, ficou repleta de alegres estudantes de Erasmus durante quinze anos, enquanto, infelizmente, o seu entorno se depreciava antes da ameaça de demolição.
Resistindo orgulhosamente, o que por tantos anos parecia inútil, atualmente é um edifício catalogado. Esta tem sido uma importante condição inicial para a reforma da fachada frontal e da renovação do terreno, dando forma a uma nova visão dos seus proprietários: quatro residências onde o espaço comum era a chave. Ou seja, um prédio residencial para morar no bairro. E isso foi possível graças ao fato de que no terreno de 7,5 x 26 metros havia um grande pátio central de tijolos, onde tudo gira em torno de uma palmeira washingtoniana em conciliação com as históricas palmeiras da rua da Barraca.
Na Reina 125, você encontrará um local de boas-vindas, aberto à rua, que tentou respeitar o passado, restaurando peças e elementos da antiga casa, em harmonia com tudo o que há de novo, seja em materiais cerâmicos ou galvanizados, como a escadaria no pátio. Antes de tudo, procurou-se naturalidade e o conforto, tanto no ambiente como nos detalhes construtivos, com a ideia de despejar a modernidade em um edifício tradicional, mas sem perder de vista o calor do Mediterrâneo. Agora é a vez de seus novos habitantes darem uma nova vida a essas paredes do bairro consolidando um novo Cabanyal.
Na renovação deste edifício, para além da reutilização de alguns dos elementos existentes (carpintaria, azulejo hidráulico) foram utilizados novos materiais cerâmicos perfeitamente integrados neste contexto modernista e mediterrâneo de Cabanyal. Em combinação com a estrutura existente de madeira e tijolo, treliças, pavimentos e azulejos são combinados. Em contrapartida, o desafio da eficiência energética na reabilitação de um edifício entre medianeiras significa melhorar sua envolvente higrotérmica para alcançar a máxima qualificação com um sistema passivo que, por sua vez, resolve parte da estrutura e cobertura: o baupanel, cujo acabamento de cimento é deixado aparente e natural, sem pintura.